Por Raymundo Costa | De Brasília
O PT elegeu 117 cidades com população acima de 150 mil habitantes, inclusive as capitais, como prioridades para as eleições municipais de 2012. Hoje, a comissão eleitoral petista realiza sua primeira reunião, em São Paulo, para discutir a estratégia e estabelecer procedimentos a serem adotados nessas cidades.
Os 117 municípios foram divididos em grupos. O primeiro é formado por aqueles em que o PT disputará a reeleição, 21 no total. Seguem-se os grupos dos prefeitos que já concluíram oito anos de mandato (13), aqueles em que o PT tem o vice-prefeito (2), as cidades em que o partido apoiou a coligação vitoriosa (15), mas sem indicar o vice, e o das cidades governadas pelo PT em 2000 ou 2004, mas não conseguiu eleger o prefeito em 2008.
"Nós vamos colocar responsáveis por região, membros da comissão eleitoral que vão fazer um acompanhamento mais fino", disse o presidente do PT, Rui Falcão. "Em um mês, um mês e meio voltaremos a nos reunir para ver o que foi feito nesse período", acrescentou o presidente do PT. Para Rui Falcão, a reunião de hoje marca a largada do PT nas eleições municipais de 2012.
Entre as 20 cidades cujos prefeitos foram eleitos pelo PT em 2000 ou em 2004 estão três capitais - São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Belém - e grandes cidades do interior paulista, algumas simbólicas para o PT como Ribeirão Preto e Santo André.
Em São Paulo o "rolo compressor" do ministro Fernando Haddad (Educação) preocupa parte do PT. "Se não tiver gente responsável lá, o processo pode desandar", diz quem acompanha as conversas. Apesar do apoio do ex-presidente Lula a Haddad, a senadora Marta Suplicy tem dito que manterá sua candidatura. Líderes petistas, no entanto, duvidam que ela possa chegar até 27 de novembro, data marcada para a realização de uma prévia entre os candidatos, se eles não chegarem antes a um acordo.
Há quem aposte no PT que Marta pode desistir se a presidente Dilma Rousseff fizer um apelo nesse sentido. Mas Dilma, até agora, não deu nenhum sinal de que possa tomar essa atitude.
Em Porto Alegre, a tendência no PT nacional é de apoio à reeleição do prefeito José Fortunati (PDT), com o PT indicando o candidato a vice-prefeito, além de assegurar o apoio do pedetista a um candidato próprio em 2016. Mas há correntes que defendem a candidatura própria (a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário) e até aquelas que julgam mais apropriado uma coligação com o PCdoB para apoiar a deputada Manuela D'Ávila.
Uma das situações mais complicadas é a de Belo Horizonte. Nota do diretório local defendeu a aliança com o PMDB ou eventualmente o lançamento de uma candidatura própria.
Em 2008, a disputa pela Prefeitura de BH trincou o PT de Minas. Atualmente, a tendência nacional do PT é pelo apoio à reeleição do prefeito Márcio Lacerda (PSB), com o partido escolhendo um novo candidato a vice, independentemente da posição a ser adotada na capital pelo PSDB.
Dos cinco maiores colégios eleitorais, apenas em duas capitais a situação do PT em relação aos candidatos que apoiará em outubro de 2012 está resolvida ou bem encaminhada: no Rio de Janeiro o partido já decidiu apoiar a candidatura do atual prefeito Eduardo Paes (PMDB) e entrar na chapa com o vice, e em Salvador caminha para confirmar a candidatura própria do ex-deputado Nelson Pellegrino.
Entre as 117 cidades com mais de 150 mil habitantes consideradas prioritárias pelo PT, 12 estão em municípios em que o PT não ganhou nenhuma das três últimas eleições para prefeito, mas a candidata a presidente Dilma Rousseff ganhou a eleição já na contagem dos votos do primeiro turno. Estão neste caso, para citar dois exemplos, a capital da Bahia, Salvador, e Divinópolis, em Minas Gerais.
O último grupo é aquele constituído por municípios em que o PT, em 2008, não ganhou a eleição e também não participou de coligações. Eles somam 34 municípios, entre os quais Florianópolis, capital de Santa Catarina, Presidente Prudente, em São Paulo, e Cascavel, no Paraná.
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