domingo, 6 de janeiro de 2008

Mais ecos da entrevista de José Dirceu

Por Daniela Pinheiro

1. "El tipo esta loco", disse Dirceu sobre o presidente venezuelano Hugo Chávez .(...) "É prepotência, é ambição, é um erro atrás do outro". Ele recordou que, dois dias antes do resultado [do referendum sobre a nova Constituição]), Fidel Castro publicara um artigo insinuando uma derrota. "Cuba sabe dessas coisas, o governo tem serviço secreto, não é bobo", completou.

2. "O ex-ministro está convencido de que os dias do castrismo estão contados. "Aquilo vai mudar, já está mudando", disse. "Mas os cubanos não vão aceitar o capitalismo de uma vez. Eles viram a experiência da Europa Oriental. O que eles querem é pouco. É poder ter três bicicletas e alugá-las. É ter o direito de ir e vir, poder abrir um bar. Alugar um quarto na casa deles. Não é muito não".

3. Perguntei como conciliava a atividade de consultor de empresas privadas com sua trajetória socialista. Afinal, ele quer hoje derrubar, reformar ou incrementar o capitalismo? "Tudo o que eu fizer vai ser ligado ao capitalismo", ele respondeu, grave. "Fui chamado para participar de vários processos de fusões e aquisições e não aceitei". Recusou por ideologia? Ele fez silêncio, pensou, e continuou: "Olha, eu não
tenho condição de escolher o que fazer e o que não fazer. Eu faço o que dá. Depois do que aconteceu comigo, eu não tenho muita escolha. Meu nome, o que vai ficar de nós para a História, tudo isso é muito complicado. Eu estou muito pessimista quanto ao meu futuro".

4. "Como a minha absolvição, além de ser ruim para a oposição e a imprensa, traria dificuldades para o governo, não havia outro resultado possivel".

5. "Não sinto falta do governo, sinto falta das amizades que fiz. Foi um jogo que joguei. A conta caiu no meu colo, eu sei. Eu era o mais conhecido, o mais visado".

6. "O franco-argentino [Luiz Favre, marido da ministra Martha Suplicy] está se metendo demais. Vou dar um pau nele no meu blog".

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